Direitos Humanos

Spywares governamentais espionam jornalistas e opositores

O uso de spywares por governos para monitorar indivíduos, como jornalistas e ativistas, tem se tornado uma prática comum em diversas nações. Embora esses softwares sejam frequentemente justificados como ferramentas de combate ao crime e ao terrorismo, evidências apontam que muitos alvos são inocentes. Um exemplo recente é o caso de um consultor político italiano que foi espionado pelo spyware Paragon. Especialistas, como Eva Galperin da Electronic Frontier Foundation, destacam que a facilidade de uso desses softwares permite abusos, uma vez que agentes governamentais podem simplesmente inserir um número de telefone e iniciar a vigilância. Países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Itália e Marrocos têm sido citados por direcionar suas ferramentas de espionagem contra jornalistas e opositores. Apesar de alguns avanços, como a Paragon rompendo laços com o governo italiano, a falta de regulamentação e transparência continua a ser um desafio. A situação exige uma abordagem global para mitigar os riscos associados ao uso de spywares, especialmente em contextos onde os direitos humanos são frequentemente violados.

Afeganistão desliga completamente a internet nem VPNs ajudam

A partir de 29 de setembro de 2025, o Afeganistão sofreu um desligamento total da internet, uma medida justificada pelas autoridades como uma forma de ‘prevenir a imoralidade’. Especialistas, no entanto, acreditam que o verdadeiro objetivo é silenciar a dissidência e restringir a comunicação entre os cidadãos. A organização de monitoramento da internet, NetBlocks, observou uma queda drástica na conectividade desde o início de setembro, culminando em um apagão total de comunicação. Neste cenário, as VPNs, que normalmente ajudam a contornar restrições governamentais, não conseguem funcionar, pois dependem de uma conexão ativa à internet. A única alternativa viável para os afegãos são a internet via satélite e cartões SIM estrangeiros, que, no entanto, apresentam barreiras de custo e disponibilidade. A situação é alarmante, pois a falta de acesso à internet impacta negativamente todos os aspectos da vida dos cidadãos, incluindo educação, saúde e emprego. A especialista Felicia Anthonio, da Access Now, destaca que essa medida é uma tentativa de controle da informação e um ataque aos direitos humanos, especialmente para mulheres, jornalistas e comunidades marginalizadas. A comunidade internacional é chamada a agir em apoio aos direitos humanos no Afeganistão, onde o uso de desligamentos de internet se torna uma prática comum entre regimes autoritários.